A ida para o nosso litoral sempre tem histórias fantásticas. No meio do jornalismo, às vezes, a cobertura de estrada não é nem um pouco desejada, afinal passa-se horas no trânsito, circulando para tudo que é lado, em muitos casos no calor enquanto os outros colegas estão no ar-condicionado da redação. Mas em alguns casos, rendem histórias para lá de engraçadas.
Um dos meus locais preferidos, quando fui repórter, era o posto da Polícia Rodoviária Estadual de Capivari do Sul. Ali era estratégico porque estávamos nem tão longe do litoral e se houvesse algo perto da saída de Porto Alegre, conseguíamos deslocar.
Numa certa vez, fui cobrir a saída dos carros na sexta-feira e ida para praias. Só que não era feriado, não havia nada de especial no calendário e estava perto do fim do mês, ou seja, muita gente já com contas apertadas deixou naquele fim de semana de ir para praia. Isso tudo para quem está nessa missão jornalística é ruim pelo simples fato de não ter notícia e não haver informação a ser dada.
Nunca gostei de ser repetitivo e entrar no ar com a mesma história. Então comecei a rodar na estrada atrás de alguma coisa. Eis que vejo parado no acostamento uma Kombi envolta em fumaça. Começou a descer gente. Ninguém tava assustado. Estavam todos rindo. Estourou o motor e a ida para praia ali já era! Era um grupo de pagode indo se apresentar no litoral. Diante daquele imprevisto, já haviam chamado um outro amigo que os levariam em outra Kombi. A Polícia Rodoviária foi com uma van até o local e prestou o devido suporte os conduzindo para o posto até a chegada do carro backup da banda. Mas a partir dali o plantão dos policias e o meu ficou bem mais legal. Os caras tocaram samba a noite toda e eu tive história e música para tocar para os ouvintes até o final do plantão.
Marcelo Roxo Matusiak
Jornalista e bacharel em Administração de Empresas
Diretor da PlayPress Assessoria e Conteúdo