XIII Simpósio reúne especialistas para atualização integrada e debate sobre desafios crescentes nas doenças alérgicas na infância
As doenças alérgicas já figuram entre as condições crônicas mais frequentes da infância. Segundo a World Allergy Organization (WAO), até 30% das crianças apresentam algum tipo de alergia, variando desde manifestações cutâneas, como dermatite atópica, até quadros respiratórios e alimentares que demandam acompanhamento especializado. Esse cenário, demonstra a importância de espaços de atualização científica e de integração entre diferentes áreas do cuidado pediátrico. É nesse contexto que teve início, nesta sexta-feira (28/11), o XIII Alergoped Gaúcho – Simpósio Gaúcho de Alergia, Imunologia e Reumatologia Pediátricas, promovido pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), na Feevale, em Novo Hamburgo.
Durante a abertura, o coordenador do Alergoped, Dr. Hélio Miguel Lopes Simão, destacou a trajetória colaborativa que sustenta o evento ao longo de seus 13 anos.
“Nesse período realizamos o Alergoped durante a pandemia, durante as enchentes do ano passado e, inclusive, com a participação conjunta dos três estados do Sul. Quem participa do Alergoped sempre quer voltar. Quero agradecer a todos os colegas da comissão organizadora que tornam este evento possível”, afirmou.
O presidente da SPRS, José Paulo Vasconcellos Ferreira, destacou a relevância de aproximar o meio acadêmico da formação continuada dos pediatras.
“Achei a escolha da universidade muito interessante. É fundamental trazer essa discussão para o ambiente acadêmico”, declarou.
Primeiro dia aprofunda temas essenciais da prática em alergia e imunologia pediátrica
A programação científica desta sexta-feira envolveu um amplo conjunto de temas clínicos. A Dra. Cintia de Matos abriu os debates destacando o diagnóstico diferencial entre urticária aguda e crônica. Logo após, a Dra. Melissa Thiesen Tumelero apresentou atualizações sobre manejo pré-hospitalar da anafilaxia, ponto crítico no atendimento de emergência.
A Dra. Luciane Failace Antunes de Oliveira trouxe contribuições para o tratamento da dermatite atópica leve a moderada, reforçando o papel da hidratação adequada.
“Para peles levemente secas, com pequenos focos de eczema, loções ou cremes já são suficientes. Nos casos de ressecamento moderado a severo, preferimos cremes espessos ou pomadas”, explicou.
O bloco seguinte trouxe o Dr. Pérsio Roxo Junior, que apresentou alternativas terapêuticas para dermatite atópica refratária, seguido pela exposição da Dra. Helena Maria Corrêa de Sousa Vieira, que detalhou os critérios clínicos para diferenciar dermatite seborreica e dermatite atópica no lactente. Ela descreveu, entre outras características, placas eritemato-descamativas arredondadas, crostas amareladas no couro cabeludo — a conhecida “crosta láctea” — e possibilidade de eritrodermia em casos mais extensos. “A avaliação clínica cuidadosa é fundamental para definir o manejo adequado”, destacou.
Ao longo do dia, outras apresentações abordaram Urticária Crônica Espontânea, esofagite eosinofílica, APLV, erros inatos da imunidade, angioedema hereditário, deficiência humoral e novas vacinas, conduzidas por especialistas como Dra. Gilmara Coelho Meine, Dr. Hélio Miguel Lopes Simão, Dra. Mayra de Barros Dorna, Dra. Susana Lopes Rodrigues Frasson e Dra. Helena Maria Corrêa de Sousa Vieira.
Os debates da tarde incluíram ainda asma de difícil controle (Dr. Andre Luis Soares Longhi), infecções respiratórias de repetição (Dra. Mayra de Barros Dorna), manejo da APLV (Dr. Matias Epifânio), dor articular (Dr. Rodolfo Tome Soveral), vasculite (Dra. Maria Mercedes Caracciolo Picarelli), alergia a betalactâmicos (Dra. Bruna Gehlen), alergia ocular (Dr. Giovanni Marcelo Siqueira Di Gesu) e avaliação de escores clínicos (Dra. Cristina Worm Weber).
Segundo dia segue com ênfase em alergia alimentar, asma, rinite e estações clínicas práticas
A programação de sábado (29/11) inicia com um bloco dedicado às alergias alimentares, abordando APLV mediada por IgE, doença celíaca, indicações de TPO de baixa dose e prick to prick, além do manejo de alergia a múltiplos alimentos. Na sequência, serão apresentados os principais avanços no uso de imunobiológicos para asma na prática pediátrica, seguidos de uma miniconferência sobre rinite, com foco em fenótipos e estratégias de manejo preventivo.
O grande destaque será o circuito de Estações Clínicas, das 10h30 às 12h, com módulos práticos em seis áreas: alergia alimentar, anafilaxia, alergia respiratória, dermatite de contato, teste de puntura e controle ambiental. O simpósio encerra ao meio-dia.
Redação: Marcelo Matusiak
Sobre a Sociedade de Pediatria do RS
A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul foi fundada em 25 de junho de 1936 com o nome de Sociedade de Pediatria e Puericultura do Rio Grande do Sul pelo Prof. Raul Moreira e um grupo de médicos precursores da formação pediátrica no Estado. A entidade cresceu e se desenvolveu com o espírito de seus idealizadores, que, preocupados com os avanços da área médica e da própria especialidade, uniram esforços na construção de uma entidade que congregasse os colegas que a cada ano se multiplicavam no atendimento específico da população infantil. Atualmente conta com cerca de 1.750 sócios, e se constitui em orgulho para a classe médica brasileira e, em especial, para a família pediátrica.
A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul foi fundada em 25 de junho de 1936 com o nome de Sociedade de Pediatria e Puericultura do Rio Grande do Sul pelo Prof. Raul Moreira e um grupo de médicos precursores da formação pediátrica no Estado. A entidade cresceu e se desenvolveu com o espírito de seus idealizadores, que, preocupados com os avanços da área médica e da própria especialidade, uniram esforços na construção de uma entidade que congregasse os colegas que a cada ano se multiplicavam no atendimento específico da população infantil. Atualmente conta com cerca de 1.750 sócios, e se constitui em orgulho para a classe médica brasileira e, em especial, para a família pediátrica.