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O que ninguém vê quando um repórter entra no ar em uma rádio

Cobertura no Litoral

No dia 25 de julho, se comemora o Dia do Motorista. Por mais de dez anos em que atuei como repórter e apresentador de rádio aprendi a valorizar, e muito, esse profissional. Ao pé da letra, a missão dele seria simplesmente levar o repórter até o local de um fato. Mas na prática, os bons não se limitam a isso.

Certa vez fomos cobrir uma desocupação que acontecia em uma vila de Alvorada, quando os moradores começaram a se revoltar pela chegada dos policiais. A imprensa ali não era bem vinda. Muitos estavam armados e disparavam contra os transformadores de luz já que começava a cair a noite e o objetivo era dificultar o trabalho da Brigada Militar ao máximo. O prazo se esgotou e os ânimos se acirraram. Entrei no carro e só deu tempo de me abaixar no banco ouvindo os disparos bem ao lado de nossa unidade móvel. O motorista, Arlon, entrou correndo e acelerou nos tirando dali em meio a vielas sem asfalto e sem luz.

Os irmãos Mauro Bertolo e Ângelo Bertolo, foram outros grandes parceiros. Em uma das nossas missões fomos até o Farol da Solidão para fazer o registro de animais que apareciam mortos na beira da praia em grande quantidade, especialmente pinguins. Até então tudo ia bem, mas para uma matéria de rádio não bastava imagens. Era preciso encontrar alguém, justamente, como o nome diz no lugar chamado Farol da Solidão. O motorista Mauro, não se encolheu e foi jogando a Parati da Rádio em meio as dunas atolando e desatolando até que a gente chegasse em um casebre onde conseguimos ouvir, enfim, as histórias de moradores nas áreas mais pacatas possíveis.

De tanto nos ver em ação, os motoristas acabam virando um pouco repórter. Lídio Damasceno foi outro grande colega daqueles tempos. A cobertura de estrada nos exigia muito. Quando havia congestionamentos e acidentes, era pior ainda. E o rádio, como todos sabem, é imediatista. Em uma das jornadas na RS 040 houve um acidente trágico. Embaixo de um ônibus havia ferragens e uma pessoa que ali havia perdido a vida. Quando chegávamos no local, a trilha do “Notícia na Hora Certa”, estava já tocando. Eu, na ambulância, tentava pegar as informações. Ele, o motorista, correu para um policial que estava alguns metros adiante. Eu não obtive as informações e estava já “plugado” para entrar no ar. Não sabia absolutamente nada o que falar, porque não era possível sequer reconhecer qual era o carro que estava virado em entulhos embaixo do ônibus. Eis que aparece de meu lado, o motorista-repórter Lídio, com uns rabiscos na mão, modelo do carro, sentido que ocorreu o acidente, nome da vítima e tudo que eu precisava.

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Marcelo Roxo Matusiak

Diretor da PlayPress Assessoria e Conteúdo